Por Fernanda Alvarenga Lopes

Certa vez, fui comprar sandálias. Procurei vários modelos, mas nenhuma brilhou os olhos, sabe? Então uma vendedora muito gentil me perguntou para quê eu iria usar o calçado. Seria para um casamento de dia, viagem à praia, formatura talvez?
Em cada uma dessas situações, o produto seria diferente. A abordagem de atendimento quanto à minha necessidade foi fundamental para saber o que me oferecer. Mas como nós podemos fazer isso no meio digital onde estamos sendo bombardeadas de informações? O tempo todo, por todos os lados.
Para ser franca não tenho uma resposta rápida. Mas tenho uma sugestão.
Novas Formas de Relacionar
Lembra que no texto anterior propus que pensássemos numa nova forma de nos relacionar com o mundo? (Para ler o artigo clique aqui) Pois bem, é diante do novo que podemos semear o presente e futuro que queremos. Ainda que o solo esteja meio judiado.
Temos quase que inconsciente a fórmula “oferta x demanda”. E o pessoal do marketing surgiu no século XX com a máxima: se não houver, cria-se a demanda através de uma necessidade.
Entretanto, chegamos ao século XXI bem pertinho de um colapso global. Se é que a pandemia já não seria os ventos que sopram antes da tempestade. Bem, enfim, esperamos que não. Mas essa situação provocou mudanças muito profundas em todos os níveis. Geral.
Pagar Boletos
Porém nós que somos mulheres, empreendedoras e, a maioria, mães temos preocupações que ultrapassam a linguagem do “tô pagando”. Porque nem tudo dinheiro compra. E a gente já entendeu isso. Ainda mais na economia solidária.
Só que, como dar conta dos boletos do mês se está complicado vender? E está mesmo. Mas não é só você. As modalidades de trocas de bens, serviços e valores estão sendo revistas e isso impacta diretamente no como abordar nossas clientes. E não só.
Serviço ou Ofício
Impacta também no seu trabalho. A começar pela palavra, essa que deriva de um instrumento de tortura chamado tripalium da idade média. Então, é isso. Vamos precisar lavorar em solo cansado. Remexer a terra e adubar com novas propostas, que inclusive questionem e transformem as nossas relações e hábitos de consumo.
Enquanto os boletos chegam, a gente parte para ações de guerrilha. Como aprender com o “mercadão” o que funciona e o que não. Testar em pequenas escalas. O marketing boca a boca através dos contatos diretos é uma alternativa. Comprar e recomendar plataformas digitais de venda, como essa da economia solidária, é outra. Existem várias! Aliás, se tiver sugestões escreve aí em baixo nos comentários.
Trabalho Coletivo
Lembremos que ao tempo que semearmos, é um prazer envolver a família e a comunidade. Ainda que a passos de formiguinha. Com nossos produtos únicos, processos artesanais e ética socioambiental. A gente sabe que uma construção segura vem de um bom alicerce. Então ainda que leve um tempo, estamos construindo sólidas estruturas de um novo tempo.
Ah sim! No final das contas, a sandália que eu queria era para usar no dia-a-dia. E tinha opções bem bacanas num outro local da loja. Saí contente com a minha aquisição.