A economia solidária está transformando o modo como as empresas pensam seus produtos, serviços, processos e, principalmente, seu posicionamento diante da sociedade em transformação. Ao contrário do que o nome pode sugerir, ela vai muito além de doações ou gestos de caridade, e envolve as atividades econômicas com foco no cooperativismo e desenvolvimento social.
Não sabe como a economia solidária funciona? Continue acompanhando o artigo para entender qual sua importância e como ela está relacionada ao empreendedorismo.
No atual contexto do mercado de trabalho, marcado pelo desemprego, alta competitividade e dificuldade em gerar renda a partir de modelos tradicionais de negócio, a economia solidária se desenvolve para estruturar uma nova maneira de empreender e gerar renda e empregabilidade.
Nos últimos anos, a economia solidária vem ganhando espaço no mercado por ir ao encontro com propostas de geração de trabalho e renda focadas no desenvolvimento da sociedade como um todo, compreendendo o impacto das ações humanas na sociedade e no meio ambiente e se adaptando para reduzi-lo.
Outro fator importante da economia solidária é agir pensando no bem-estar das pessoas que fazem parte do processo de produção e consumo daquele produto ou serviço, extraindo o máximo potencial humano para o desenvolvimento da sociedade. Com isso, é possível pensar em diferentes modelos de negócios que tenham como princípio a economia solidária.
Entre os principais pilares da economia solidária estão:
- autogestão;
- solidariedade;
- cooperação;
- respeito ao meio ambiente;
- comércio justo;
- consumo consciente.
A economia solidária e o avanços tecnológicos
Com o avanço da tecnologia, diversas ideias inovadoras puderam sair do papel. Além disso, a nova geração de colaboradores — que agora ocupa a maioria das empresas de TI — está constantemente pensando formas de criar soluções baseadas na economia solidária para auxiliar no desenvolvimento de modelos econômicos sustentáveis.
É o caso do Couchsurfing, por exemplo. A rede social conecta viajantes de todo o mundo e oferece opções de hospedagem de graça. Mas a verdade é que o Couchsurfing não é uma forma de economizar dinheiro durante as viagens, mas sim se aproximar da cultura local conhecendo pessoas que moram na cidade para trocar experiências.
O Couchsurfing começou como uma rede para surfistas encontram um abrigo por alguns dias, quando iam para algum lugar distante pegar ondas. Daí o nome: couch — sofá, surfing — surfar.
Podemos citar diversos exemplos de ferramentas que foram criadas para beneficiar a economia solidária. Aplicativos de transporte e carona — como o BlaBlaCar — foram ideias que vieram para tentar solucionar o problema da mobilidade urbana, criando opções de compartilhamento de veículos para diminuir os custos da viagem, tanto para quem oferece quanto para quem pega a carona.
Mas a economia solidária não é exclusividade das empresas de tecnologia. É possível empreender e inovar nos modelos de negócios tradicionais. Pense em uma loja de roupas infantil, por exemplo. O setor de vestuário representa um nicho do mercado que dispõe de altíssima competitividade, e o consumo é, muitas vezes, exagerado.
Foi assim que a empreendedora dinamarquesa Vigga Svensson desenvolveu um serviço de assinatura de roupas para bebês. As peças que não servem mais nas crianças são devolvidas pelos pais para a empresa, que as substitui por roupas de tamanhos maiores a cada mês. As peças devolvidas são higienizadas e podem ser usadas por outros bebês, contribuindo para a promoção do consumo consciente e desenvolvimento sustentável.
Esse é um dos exemplos de que a economia solidária pode fazer. É preciso usar a criatividade para criar seu modelo de negócio baseado nas novas demandas. Você já atua no mercado utilizando a economia solidária? Compartilhe com a gente sua experiência, suas dúvidas e sugestões.
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PUBLICADO EM 5 DE JULHO DE 2018 POR PAULO TEIXEIRA DO VALLE PEREIRA
