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As Redes de Economia Solidária: Convergências e Divergências entre Cidadania e a Inovação Tecnológica

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_Da Economia Solidária

Por Willian Higa – Doutorando

Departamento de Política Científica e Tecnológica – UNICAMP

Diretor – Fundacentro Regional Campinas

1. Introdução As Redes de Economia Solidária (RES) são frutos da luta pela cidadania e pela democracia no Brasil.

Surgidas em um contexto de mudanças econômica, social, política e na ciência & tecnologia (C&T), ou seja, de crise, as RES articulam setores do Estado e da sociedade civil, atuando no Mercado: na elaboração teórica e no apoio a empreendimentos solidários (trabalhadores autônomos, micro e pequenas empresas, associações e cooperativas), no sentido da inclusão social e da democratização das relações de trabalho. Portanto, as RES incorporam trabalhadores, militantes de movimentos sociais, comunidade científica, setores religiosos, gestores públicos, parlamentares, entre outros. Essas redes no Brasil estão ligadas a questões como a cidadania e a inovação. Este texto tem como objetivo avaliar o desenvolvimento da cidadania em setores excluídos social e economicamente e a sua relação com a tecnologia.

Qual a relação entre o aprofundamento da cidadania e o desenvolvimento tecnológico na sociedade? Ou seja, o avanço da democratização e dos direitos sociais converge e/ou diverge para a política de inovação? Apresento outras questões complementares: Como se dá historicamente a relação entre o cenário de democratização do Brasil e o avanço técnico-científico? Quais as limitações impostas no debate cultural sobre a tecnologia? Quais os problemas que se colocam para os defensores da democratização das relações de trabalho e de produção frente às mudanças das relações técnicas na produção? Estas questões são abordadas visando repensar a mudança técnica em seu aspecto cultural. Elas são interpretadas pelos Estudos Sociais da Ciência, Tecnologia e Sociedade (CTS) e pelo pensamento latino-americano em CTS enquanto uma construção social, não neutra, sujeita a controvérsias, não-determinada e múltipla em suas orientações (Dagnino, 1998; Pinch & Bijker, 1990). A cultura tecnológica, neste enfoque, ganha importância para 2 mudanças que envolvem a racionalidade econômica e a lógica de produção da C&T. Parto de hipóteses: que não pode haver cultura solidária sem abordagem crítica da tecnologia; que a questão tecnológica é considerada secundária pela maioria da sociedade civil e pelas políticas públicas; que o tratamento dado à questão é instrumental, visando à inclusão social, ao distributivismo.

Na próxima seção trato da questão da cidadania no Brasil e no mundo, enfocando-a historicamente. Dela depreendo questões a respeito da relação com a técnica, com o desenvolvimento econômico e industrial e trato de perspectivas para a radicalização da democracia e da cidadania em um contexto de globalização econômica e de ampliação das desigualdades. A seguir trato da relação das RES em sua face movimento social e a sua relação com o Mercado.

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