A economia popular solidária é uma forma de trabalhar que propõe novas relações, sem a exploração no trabalho: sem patrão, com espírito coletivo, com partilha e solidariedade e participação de todos e todas nas decisões de seus empreendimentos.
No cenário de grande desemprego que temos, a economia solidária como uma forma de resistência, mas não é apenas uma alternativa de trabalho para garantir a renda e o sustento, mas pretende ser um processo de transformação da sociedade, já que as pessoas sendo “donas” de seu próprio trabalho desenvolvem e aperfeiçoam a cidadania ativa, ampliando inclusive, a autoestima, a confiança e a criatividade.
Nos grupos de Economia Solidária, a produção, distribuição, consumo, poupança e investimento são organizados praticando a autogestão, a democracia, a solidariedade, a cooperação, o respeito ao ser humano e ao meio ambiente, com justiça social, ética e sustentabilidade.
Existe uma data especial para comemorarmos esta forma de fazer economia: é 15 de dezembro, dia nacional da Economia Solidária.
Capitalismo se contrapõe à economia solidária
Se buscarmos na origem o termo Economia vamos ver que vem do grego e “Eco” significa casa, lar, meio ambiente ( o mesmo Eco de Ecologia) ou seja, significa o cuidado com nossa casa, nosso planeta… bonito , não é mesmo?
Mas, dos gregos até hoje muita mudança houve no conceito e com o início do capitalismo deixou de ser o cuidado com a casa para denominar a relação entre trabalho e capital, passou a tratar da produção, do preço, do consumo, e principalmente do lucro sobre a mão de obra trabalhadora.
Somos submetidos a todo momento a um discurso que liga o sucesso ao ganho financeiro independente das origens destes ganhos.
Hoje, março de 2021, vivemos um período de incertezas, com uma epidemia que exige isolamento social, aumento do desemprego, é fácil pensar que todos estão perdendo, afinal de contas já perdemos mais de 260.000 vidas para o Covid19, mas, será que é verdade que todos estão perdendo?
Será que é verdade que os empresários não podem manter os empregos porque estão ficando mais pobres?
Os pequenos empresários sim, mas veja estas informações publicadas na Isto É Dinheiro:
“Número 1 entre os bilionários, Jeff Bezos, CEO da Amazon, viu sua fortuna crescer para US$ 77 bilhões no ano passado e agora acumula mais de US$ 191,8 bilhões em seu domínio.
Alternando em alguma posição do top 3, o fundador da Microsoft, Bill Gates, conta com uma fortuna de US$ 132 bilhões e acumulou mais de US$ 18,6 bilhões somente em 2020.”
https://www.istoedinheiro.com.br/mesmo-na-pandemia-bilionarios-aumentam-fortuna-em-31/
E esta notícia sobre os bilionários brasileiros:
“O que é tragédia para a maior parte da população é dinheiro no bolso para os “super-ricos” brasileiros: a pandemia fez com que os 42 únicos bilionários do país engordassem sua riqueza em US$ 34 bilhões (mais de R$ 180 bilhões), segundo o relatório Poder, Lucros e Pandemia, produzido pela organização Oxfam.
O valor acumulado pelos bilionários brasileiros daria para pagar auxílio emergencial para toda a população brasileira – 209 milhões de pessoas – por um mês , repetindo o pagamento para quase metade no segundo mês.”
Fica muito claro que a morte , o medo e o aumento da pobreza a partir da quebra de pequenos e médios comércios alimentaram uma grande parte do capital financeiro.
Mas será que não possível pensar a economia de uma outra forma?
A resposta é sim, há outro jeito de pensar a economia de forma solidária, sem destruição ambiental, sem exploração do trabalho humano, com o reconhecimento do papel fundamental da mulher numa economia fundada na solidariedade, com respeito à diversidade cultural e racial.
Economia Solidária na Região Paulista do Grande ABC
A região do Grande ABC é formada por 7 cidades: Santo André, São Bernardo do Campo, São Caetano do Sul, Diadema, Mauá, Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra.

A Economia Solidária no Grande ABC, tem um Fórum Regional , que é um grupo de apoio e serviço aos empreendimentos econômicos solidários das 7 cidades da região do grande ABC . É espaço de articulação, mobilização e debate sobre as questões da economia solidária e que em tempos normais se reúne bimestralmente no Consórcio Regional do Grande ABC.
Dedica-se à elaboração de projetos e à busca de parcerias para romper os desafios de formação, cadastramento e comercialização.
Com apoio da CNBB, do Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo, da UniSol e do SESC São Caetano do Sul, ao longo dos últimos anos tem realizado feiras regionais em Santo André, Rio Grande da Serra, Diadema e São Bernardo do Campo e Mauá em comemoração ao Dia Nacional da Economia Solidária.
Este ano, porém, com a pandemia e a necessidade da manutenção do isolamento social, as feiras presenciais não são possíveis e o grande desafio passou a ser o desenvolvimento de um canal de comunicação e aproximação entre produtores e consumidores e a boa notícia é que o Fórum Regional de Economia Solidária em parceria com o SESC São Caetano do Sul está preparando sua plataforma de venda de seus produtos regionais através da Feira Virtual de Economia Solidária.
Se você tem interesse em alimentos orgânicos, artesanato regional, produtos sustentáveis e produzidos sem exploração de mão de obra você precisa conhecer nossa feira e se você é artesã, artesão, artista, pequeno agricultor e precisa vender, venha conosco, some-se a esta ideia de uma sociedade justa e solidária.