Economia Solidária
É o conjunto de atividades relacionados à produção, distribuição, comercialização, consumo, poupança, investimento e troca solidária, que pode ocorrer nos setores primário, secundário e terciário da economia, que leva em consideração a forma associativa, com autogestão e democracia direta nas relações de produção, sem exploração e dominação entre seus membros e com justa distribuição dos resultados, e que visa também distribuir de forma justa e equitativa entre todos os gêneros, os trabalhos de cuidados doméstico e familiar.
Os princípios norteadores da economia solidária são:
- 1. Gestão democrática e transparente
- 2. Estabelecimento de condições de trabalho decente
- 3. Desenvolvimento das atividades de forma ambientalmente sustentável
- 4. Desenvolvimento das atividades em cooperação entre empreendimentos e redes econômicos solidárias
- 5. Prática de preços justo, de acordo com os princípios do Comércio Justo e Solidário
- 6. Respeito às diferenças e promoção da equidade de direitos de gênero, raça, étnica, orientação sexual, práticas religiosas e manifestações de origem Africana
- 7. Transparência na gestão dos recursos e na justa distribuição dos resultados
- 8. Desenvolvimento de ações visando contribuir para o desenvolvimento sustentável da comunidade
- 9. Experiência aprendente e ensinante.
Segundo o Sistema Nacional de Informações em economia solidária – SIES, economia solidária é um conjunto de atividades econômicas de produção, distribuição, consumo, poupança e crédito, organizados e realizados solidariamente, de forma coletiva e autogestionária.
Conjunto de relações e iniciativas socioeconômicas, entre empreendimentos econômicos, pautadas nas mesmas características da autogestão e nos mesmos princípios que regem a identificação dos empreendimentos deste setor.
De acordo com o professor Paul Singer, que foi professor economista da Universidade de São Paulo/USP e também ocupou o cargo de secretário nacional de economia solidária (SENAES),
“… é uma economia sem competição e com democracia, pois se pensamos e lutamos por uma democracia no campo político, também devemos ter em mente e buscar a democracia no campo econômico. É um jeito diferente de produzir, vender, comprar e trocar o que é preciso para viver. Sem explorar os outros, sem querer levar vantagem, sem destruir o ambiente. Cooperando, fortalecendo o grupo, cada um pensando no bem de todos e no próprio bem. A economia solidária se apresenta como inovadora alternativa de geração de trabalho e renda e uma resposta a favor da inclusão social.”

No Brasil, mais propriamente no final dos anos 90 e início dos anos 2000, Paul Singer lança um movimento denominado por Economia Solidária – EcoSol. Buscando beber da fonte do cooperativismo mundial e nacional, Singer apresentou, num conjunto de obras, as experiências brasileiras da construção de uma alternativa de economia em contraposição ao mundo capitalista
Quanto à abrangência, as formas de organização da economia solidária podem atender todos os setores da economia: primário, secundário e terciário, nas atividades da produção, distribuição, comercialização, consumo, poupança e investimento.
Propõe um novo modelo de produção, democrático e transparente, que não permite a concentração de renda em mãos de poucos.

O resultado da produção é distribuído por aqueles que participaram do processo produtivo.
O ser humano é sujeito e finalidade da atividade econômica, em vez da acumulação do capital.